quinta-feira, 29 de dezembro de 2011
Ramble On
terça-feira, 6 de dezembro de 2011
Transgressão à gravitação.
sexta-feira, 25 de novembro de 2011
Maldição de Novembro
sexta-feira, 18 de novembro de 2011
Preso ao meio.
quarta-feira, 26 de outubro de 2011
Juízo e Carnaval
quarta-feira, 19 de outubro de 2011
Risco
sexta-feira, 14 de outubro de 2011
Outra dimensão!
O Vício é o majoritário detentor do voto minerva diante da escolha entre o sim e o não, ele supera a força dos instintos naturais, ele é o soberano oponente da precaução, se tratarem o conceito de vício sem peso pejorativo ele ainda assim terá poder escravizador, por tal razão os preceitos bíblicos recomendam a castidade antes do casamento a fim de preservar a harmonia conjugal obstante aos maus costumes da vida solteira, tenho enorme dificuldade em tocar “walking blues” no modo “open” por conta de maus hábitos e vícios equivocados adquiridos no meu aprendizado em tocar violão, corrigir maus hábitos é sempre penoso, reformular e reeducar valores culturais impregnados em um meio social demanda muito tempo, diante de uma bela e fugaz vida urgente não há mais tempo a perder, a solução então é a dissolução completa de todas as grandes estruturas e monumentos artificiais que existem no mundo, erradicar o sistema de trânsito em todo o globo terrestre, entender que os meios de transporte existentes são obsoletos e repensar em novas maneiras de locomoção, após tais ações revolucionárias onde a consciência coletiva governará, será o início do recomeço, uniremos os melhores sociólogos, arquitetos e pedreiros e redesenharemos um novo modelo de trânsito adequado e submisso a imponência do verde da natureza, teremos portanto uma grandiosa infraestrutura híbrida e fluente, os recursos naturais por sua vez serão consumidos de modo contrabalançado pois a justa distribuição possibilitará o garimpo e a colheita sem desperdício, tal equilíbrio refrescará o sol e aquecerá a lua promovendo assim o equilíbrio estável, por agora percebo a vergonha da noite, do sol, eles observam o mal incurável dos entulhos que interditam calçadas, entulhos recolhidos, mas sobe sol, desce lua e novos pedregulhos dificultam a transição da menina do portão, sinto a vergonha, que vergonha noite, que vergonha dos lixos poluentes e do feliz rock no rio, rio poluído em Pinheiros e também em Madureira, a solução então é fugir para baixo, para o submundo como um arco-íris na escuridão, nas profundezas longe das luzes da cidade, escondidos e envergonhados como os últimos da fila, fazer o caminho inverso e percorrer a sangrenta estrada sem volta ciente de que a emoção da penúria compensa a dor, onde a recompensa se dará durante as lembranças produtoras de prazer ao contar os contos reais, ao dizer com ufanismo acerca dos deleites, ao dizer com descontrolada emoção das dolorosas e perturbadoras emoções, e mesmo na velhice lembrar do cansado deus de mãos lentas dono da “key to the highway” de Bill Broonzy, lembrar das doces figurantes que hoje se preparam para a saga Baião do Mississipi, dos duelos ao lado de guerreiros profanos e eclesiásticos, dos cascudos em pivetes que herdarão o esmagador encargo, quanto a isso, é válido dizer que a emoção do ardor realmente vale a dor, portanto sei, e não é preciso que digam, “a chama ainda queima”.
quarta-feira, 24 de agosto de 2011
Política da boa vizinhança.
segunda-feira, 22 de agosto de 2011
Canção de inverno.
terça-feira, 9 de agosto de 2011
Guerra fria
quinta-feira, 21 de julho de 2011
Diz que sim!
Garibaldi parafraseia Guimarães, Alexandre Lennon, Felipe Coelho, Mário de Assis e Juliane Mano Brown, Reginho simula Ronaldo, Zidane e Robinho, Correia Ricer Miller, Walter Jacobs e Walter Horton, Raimunda vive os atos dos onze apóstolos fieis e os herdeiros refletem os antecessores.
Como posso julgar tamanha doçura do menino frágil que clama por justiça e pede falta por uma bola dividida de modo ríspido? Poderia exigir da rude russa que cante com exigida dicção os raps de Nelson Triunfo? Ou ao senhor Miagui que gingue o zun zun zun da capoeira?
Nem tampouco posso cobrar do meu pai que compreenda o que é o amor!
Agora pois, já posso pedir a minha mãe em casamento! Livre, solteira, solta, leve, sádica, engraçada, religiosa, levita, cantora, dançarina, nadadora, doida, barulhenta, sabida, sábia, benevolente, valente.
Eu até que sou um bom partido, irei fazer uma proposta irrecusável, de joelhos, com flores, ao som de Riley B. King, depois do sim, iremos passear de Cadillac e tomar uísque escocês.
Espero que ela aceite. Porém, o nome Correia que foi riscado de sua identidade será reescrito, só que agora com letra maiúscula para simbolizar a nova fase de prosperidade.
segunda-feira, 27 de junho de 2011
Rock n' Roll Train
sexta-feira, 10 de junho de 2011
Saudosa fragrância
Saudade é quando existe a agradável lembrança de um ser ou de algo ausente, dizer que saudade é um sentimento agradável soa de modo confuso, pois o principal sintoma do saudoso é o pranto contido e o lamento pela sentida ausência, no campo poético percebemos a tragédia sentimental causada por personagens morenas, as morenas em sua grande maioria protagonizam os principais contos poéticos, configuram as mais belas canções onde o termo “morena” na maioria das vezes vem acompanhado de tom saudosista, esclareço no entanto, que não estou tirando os méritos da beleza loura, tenham como exemplo Pattie Boyd, loura mulher considerada o símbolo mais devastador da história da música, inspiradora de grandes clássicos do rock, mesmo reconhecendo a primazia ligada ao perturbador encanto da loura Pattie, a beleza da moça morena, o charme da mulher de cabelos negros possui poderes inestimáveis quando postos de frente às alvas loirinhas, esse conceito de superioridade das morenas é histórico, se buscarmos em manuscritos sagrados, cartas de imperadores épicos, até mesmo nos subterrâneos do Vaticano, encontraremos nesses documentos ditos e referências a dor causada por belas e impiedosas morenas, elas são as principais causadoras das admiráveis composições que falam de saudade.
Se saudade é uma grata lembrança de uma pessoa ausente, recomendo a indústria de perfumes dobrar o investimento em seus produtos, ora, cosméticos é um termo que deriva de cosmos, cosmos conota universo, simboliza a bela comunicação entre o homem e o divino inspirado e intermediado pela posição de milhares de astros e galáxias, portanto, não podemos desprezar a importância desses produtos que embelezam nossas amáveis loiras e malditas morenas, ao longo dos meus 288 meses de vida me deparei com diversos cenários que foram captados e fixados em minha memória fotográfica, grandes hits e reefs estabelecidos em minha memória auditiva, contudo, não há memória que supere a memória olfativa, e é por tal razão que recomendo aos grandes fabricantes de perfumes investirem mais no processo de fabricação de seus produtos, digo isso porque fui fortemente atormentado quando ouvi pela primeira vez “Ten years gone” de Led Zeppelin, esse som martelou em minha mente profundamente; a primeira vez em que senti através do meu poderoso tato todo o fulgor da big legged woman me tornei incapaz de deletar isso de minha memória, porém, não houve impacto mais marcante do que quando inalei a agradável fragrância proveniente do sinuoso corpo da cheirosa morena de cabelos negros, isso tudo me fez olhar pra trás e relembrar de seu memorável sorriso, me fez sentir saudades.
quarta-feira, 25 de maio de 2011
Cozinha do inferno
O principal ponto de divergência entre eu e minha mãe reside nos conceitos gastronômicos, decidi então desafiá-la a um duelo, o vencedor do duelo será determinado por um júri imparcial de diferentes faixas etárias proveniente da região do respectivo prato a ser avaliado, esse desafio será disputado em sete dias, terá seu início em uma segunda-feira e o seu fim no seguinte domingo, onde em cada dia prepararemos pratos específicos das seguintes cozinhas - italiana, árabe, portuguesa, alemã, mineira, nordestina e lanches baseados em fast food norte americano - ambos irão dispor de ferramentas equivalentes necessárias para o bom preparo e de ingredientes nobres que irão garantir a qualidade do produto final.
Determinado em derrotar minha mãe e dar fim às nossas eternas discussões de cozinha, fui ao mercado municipal de São Paulo selecionar ervas para tempero e adorno, busquei também algumas especiarias peculiares que certamente desequilibrará o embate em meu favor, nessa busca por ingredientes especiais entendi porque São Paulo é a capital mundial da gastronomia, esse título é reconhecido mundialmente pela multiplicidade de cozinhas que se encontram representadas nos restaurantes e bares de São Paulo, hoje são mais de cinquenta capitais representadas gastronomicamente em São Paulo: Brasil, Alemanha, Angola, Argentina, Armênia, Austrália, Áustria, Bélgica, Bulgária, Cabo Verde, Canadá, Chile, China, Coréia, Cuba, Caribe, Dinamarca, Egito, Espanha, Estados Unidos, Finlândia, França, Grã-Bretanha, Grécia, Holanda, Hungria, índia, Indonésia, Irlanda, Israel, Itália, Japão, Líbano, Marrocos, México, Noruega, Paraguai, Peru, Polônia, Portugal, República Tcheca, Romênia, Rússia, Sérvia (Croácia), Síria, Suécia, Suíça, Tailândia, Uruguai, Venezuela, Vietnã, com isso, esse título concedido à São Paulo é de grandeza equivalente à essa metrópole superlativa.
O que determina a boa qualidade de um prato é a positiva aceitação do paladar do apreciador, assim portanto, vale dizer que a melhor culinária do mundo se encontra no Haiti, o título de capital mundial da gastronomia deveria ser transferido para Porto Príncipe, veja, na Alemanha eles se empanturram com boa cerveja, deleitam-se no agradável sabor de carneiro na mostarda, saladas de maçã e aves com cogumelo, no Japão é saboreado um bom caldo de brócolis seguido por um omelete com camarão e um clássico gohan adocicado que é antecedido por uma água ardente de arroz, na Espanha um pato ao creme é sempre bem vindo diante de uma boa sangria e uma saborosa batata assada, em Portugal não há quem resista a um bacalhau ao vinho e de sobremesa um arroz doce português, os típicos apreciadores de tais pratos se deliciam ao saborearem seus bons ingredientes preparados sob fantásticas receitas de orgulhosa tradição de cunho artístico, entretanto, eles não saboreiam seus apetitosos e tradicionais pratos com prazer superior em comparação a um haitiano no momento de suas refeições, tenho como exemplo os emblemáticos e principais restaurantes encontrados nos principais centros de gastronomia de todo o mundo, nesses respeitáveis e luxuosos restaurantes conseguimos encontrar clientes apreciadores descontentes com o serviço prestado, há quem reclame da temperatura do vinho, há quem critique a maturação e fritura da carne, há quem recrimine a configuração estética do prato, há quem rejeite a composição do molho, por mais que o chefe cozinheiro se dedique no preparo dos pratos, sempre haverá alguém descontente com um determinado ponto de desequilíbrio em seu pedido, essa imperfeição inerente a todos os restaurantes, bares e lancheterias de todos os cantos do mundo não é encontrada na Cozinha do inferno, principal restaurante situado em Porto Príncipe capital do Haiti.
Na Cozinha do inferno encontramos ingredientes descartados pelo mundo inteiro, os chefes de cozinha da Cozinha do inferno são verdadeiros gênios da gastronomia, eles dispõem dos piores ingredientes do mundo e de maneira inexplicável seus clientes estão sempre satisfeitos, um fenômeno não conquistado pelos principais chefes europeus que mesmo dispondo de ingredientes nobres de excelente qualidade não conseguem a plena satisfação de sua clientela, os frequentadores da Cozinha do inferno têm a disposição um cardápio vasto com diversas opções, nesse cardápio também tem opções de sabores destinados aos porcos que de modo doméstico dividem do mesmo ambiente desse estabelecimento com os clientes humanos, nesse gigantesco restaurante vemos crianças, gatos, cachorros disputando seu café da manhã na lateral da cozinha, receio que essa enorme procura e disputa seja fruto da primorosa condição dos alimentos encontrados na Cozinha do inferno, um restaurante sempre cheio, com alto pico de movimento, fluxo contínuo, não há restaurante no mundo que supere a alta procura da Cozinha do inferno, não existe carta de bebidas nesse restaurante, na Alemanha existem milhares de sabores e tipos de cervejas, em Portugal os melhores vinhos, já em Porto Príncipe eles misturam uma secreta composição química às sagradas águas dos poluídos córregos haitianos, dessa fusão surge uma bebida extremamente saborosa, de acordo com o paladar haitiano não há bebida no mundo mais saciante do que a água benta da Cozinha do inferno, considerando todos os atributos dessa fenomenal culinária de Porto Príncipe é possível dizer que na capital haitiana existe o melhor restaurante do planeta, pois a Cozinha do Inferno é o único restaurante do mundo onde não existe reclamação e todos os consumidores estão sempre felizes.
Caso eu venha a ser derrotado pela minha mãe nesse duelo diante dos fogões, eu irei fazer um estágio no Haiti para entender um pouco mais de alimentação e assim derrotar minha mãe em um novo embate gastronômico.
quinta-feira, 19 de maio de 2011
Sorriso de Elis.
quarta-feira, 18 de maio de 2011
Badge
Não é verdade dizer que tatuagens são marcas para o resto da vida, em determinado versículo bíblico dizem que a palavra nunca volta vazia, a fixação da palavra mal proferida é mais marcante do que uma tatuagem, pois, basta uma cirurgia a laser que a tatuagem desaparecerá, se o caso for, basta remover a tira de couro onde a tatuagem foi forjada que a nova pele se regenerará sem a indesejada marca, se consideramos a conseqüência do que é dito perceberemos que a palavra é mais poderosa do que documentos impressos, pois a queima de arquivos em matéria concreta ocultará a informação proibida, porém os acordantes sempre saberão entre si o que foi estabelecido no acordo; assim, é importante nos atentarmos ao que publicamos na internet, tudo que é publicado em redes sociais fica registrado para sempre, imagens, vídeos e pensamentos compartilhados de modo público serão patrimônios de todos, é um caminho sem volta, pois em um único clique a informação compartilhada se multiplica em bilhões de cópias no mundo inteiro em questão de segundos, é como subir no alto de um edifício e derramar um enorme saco carregado de penas, por mais que tentem, as penas derramadas jamais serão resgatadas por completo, portanto meus irmãos, voz exorto quanto aos maus sentimentos que são expressos nas redes, saibam que eles jamais se apagarão, sempre estarão em algum espaço guardado em algum HD em algum canto do mundo, e ainda que tais informações indesejadas sejam deletadas por completo, saibam que essas mesmas informações estarão eternamente gravadas na memória daqueles que viram, portanto, sejam sábios e ponderem aquilo que é exposto.
terça-feira, 17 de maio de 2011
Me versus Eu
É Possível sim resgatar elementos eliminados pelo tempo, me refiro a elementos úteis, inúteis em situações passadas, mas que teriam valiosa serventia se dispostos em futura situação, onde tais elementos se enquadrariam com os requisitos exigidos pela situação nova, afinal, no arquivo da subconsciência não existe “delete”, lá tudo está, arquivos bem armazenados e protegidos por selos violáveis, vale então dizer que os desejáveis elementos outrora dispensáveis, na verdade não foram eliminados pelo tempo, mas sim selados e protegidos pelo subconsciente a fim de protegê-los de usuários ainda incapazes de manipulá-los, portanto, os selos de proteção postos sobre os poderosos “cofres da lembrança” serão abertos apenas quando o invasor dispor de condições para derrotar o sábio guardião dos cofres submersos nas profundezas do subconsciente.
A forte musculatura combinada com a eficiência do aparelho respiratório que abastecia velozes pulmões aliados ao sísmico sistema cardiovascular que impulsionava um perfeito fluxo sanguíneo, dava um belo rubor a branca pele da tímida menina, na mesma condição jovial, essa sincronia do organismo adolescente dava um excelente brilho aos meus antigos cabelos lisos e negros, todo esse vigor estético próprio da jovialidade alimentava minha perfeita visão de águia, com ela eu visualizava o sorriso da menina, uma visão tão poderosa que me permitia ouvir o sabor de seus lábios, entretanto, a força dessa visão vulcânica cegava-me dentro daquela embarcação, não conseguia enxergar a cor dos mares de Bertioga pelos quais planávamos, nem tampouco me recordo da configuração arquitetônica daquele porto medieval, suponho que esse perdido cenário me seria bastante útil na profana noite pentecostal do blues protagonizado por mim e alguns artilheiros dias atrás na vila de Paranapiacaba.
A florescente camiseta amarela em mim trajada durante o festivo luau dos gentis no estaleiro Santa bárbara iluminava o circulo de expectadores, refletia no rio noturno, mas não foi capaz de atrair a atenção da “nobile paranaense”, até os meus iluminados cabelos modelados em gel não bastaram para submetê-la à minha ilusão ali lançada, creio que o meu hoje tom de voz grave seria mais eficiente na busca de ludibriá-la do que aquele júbilo coletivo agúdo que cantava pérolas da música popular brasileira.
Más lembranças me convenceram a desistir de tentar derrotar o guardião dos cofres do subconsciente a fim de remover os selos que me revelarão ciências escapadas em épocas passadas, irei por um caminho menos perigoso, buscarei primeiro a plenitude financeira para ter condições de suborná-lo durante o embate caso eu venha fraquejar, é possível que essas propinas concedidas me poupem de um duelo desnecessário e me levem direto ao desejado rompimento do véu.
quarta-feira, 11 de maio de 2011
Sinfoniaria
Em comissões que discutem a inserção da arte e da cultura em todos os meios, modelos e instantes da vida cotidiana de uma sociedade moderna é possível visualizar uma vida em oposição à monotonia, seria a extinção do tédio, certamente veríamos todos os prédios acadêmicos implodidos e reerguidos para demandar o novo modelo de liberdade artística, os docentes que lecionam capitais e tabuadas às nossas crianças seriam transferidos de suas funções robóticas a cargos vívidos e desafiadores, nossos adultos e crianças aprenderiam a criar, todo o ser racional dominaria o conceito de criação, seria um mundo engenhoso apreciador da criatividade concreta, seriam vinte e quatro horas diárias de possibilidades improváveis e sem limites, existiriam fábricas de produtos duvidosos que seriam consumidos em demasia e sem hesitação, Jimmy Page certamente abriria uma fábrica de sinfonias, corpos vivos se readequariam por conta da enorme quantidade de calorias que seriam queimadas, haveriam marchinhas juninas, quadrilhas setembrinas, árvores frutificariam dinheiro e teríamos que criar um novo regime monetário, seria o fim de regimes e o surgimento da igualdade.
O fato é que essas comissões não existem, o que torna a realidade fantasiada nessa suposta comissão distante e improvável, por isso, tenho que levar meu irmão mais velho ao jazz enquanto há tempo, me vejo obrigado a levar minhas cunhadas a um passeio de zepelim em uma noite de domingo para que todos que estiverem por debaixo dessa embarcação que flutua por sobre as ondas das nuvens britânicas vejam seus leds luminosos que enfeitam o firmamento noturno assim como a imponente camisa verde limão que dominou as arquibancadas brasileiras.
Enquanto me houver a possibilidade de criar, enquanto eu compreender o poder e a graça da criação estarei livre de paradigmas e do falso brilho no olhar, brilho este encontrado apenas em refugiados da missa que se acomodam em um confortável sofá em noites de domingo a fim de apreciarem o “show da vida” enquanto se saboreia um delicioso prato com achocolatado em pó e leite condensado.
terça-feira, 10 de maio de 2011
Desilusão
Quase que diariamente me confronto com o descompasso do “ontem” em relação ao “hoje”, suponho que se trata da contínua assimilação das ininterruptas invenções humanas, as novas considerações apreendidas diariamente se envergonham dos conceitos defasados da noite anterior, junto com essa arritmia dessas positivas absorções que são rapidamente eliminadas por novos sabores vem também a decepção com a estruturação padrão de quase todos os órgãos estabelecidos em sociedades civilizadas, o que dizer de nossos educadores que repousam em paradigmas obsoletos e que contraditoriamente se abstêm das fontes de raiz que deram origem a essência da matéria ensinada? Por conta de vários exemplos negativos na desarmoniosa constituição da verdade e até da mentira residente em nossos aparelhos sociais nos deparamos com freqüentes desilusões, nos deparamos com benéficas desilusões que nos possibilitam alçar vôos mais altos, afinal, o que realmente está errado nos conceitos tidos por exatos é a alienação produzida por essa exatidão incontestável e seguida cegamente.
Assim digo, o mundo tem que parar de avançar, caso contrário não poderei encará-lo de frente, pois não terei tempo suficiente para alcançá-lo.
Imagine você pobre mortal, como poderia entender a pentatônica da harmônica blues não fosse a criação instituída por Little Walter?
Foi um péssimo erro descobrir John Paul Jones enquanto pianista sintético, quem mais poderia criar “No Quarter”? Ele transpassou a lógica e fez jus aos seus poderosos parceiros de palco possuidores de maestria equivalente.
Hoje posso contemplar memórias graças aos admiráveis inventores de sinais gráficos, veja, como poderia contemplar algo sem conhecer o “CE”, o “O”, o “ENE”, o “TE”, o “E”, o “EME”, o “PE”, o “ÉLE”, o “A” e o “ERRE”?
Ao meditar sobre aquela idéia fixa que teima em sair, percebo que as recorrentes novidades apreendidas dão força a ela ao invés de expulsá-la, só não me perturbo com essa teima pois ainda não assimilei algo de tamanho superior à essa idéia fixa, no dia dessa assimilação terei envergadura para expurgá-la.
Essa crescente que é inerente ao ser é bastante confusa, quer seja em movimento ou estagnado o espírito não para de ascender, arrisco a dizer que quando estacionado a chama queima mais intensamente, o que permite dizer que o corpo dispõe de ação autônoma, mesmo sem percebermos estamos em frequente atividade.
Então que venham as desilusões, ainda que dance eu e dance você na dança da solidão, acreditem, não estamos sozinhos, basta olharmos pro lado e veremos milhares e milhares de inventores.
quarta-feira, 20 de abril de 2011
Débito.
Ao longo dos últimos três anos adquiri uma série de dívidas que me submergiram a um intenso grau de comprometimento com tudo que me cerca, antes de assumir tantos encargos que me foram confiados recentemente, eu dispunha de uma postura leviana com determinados compromissos que aparentemente eram de pouca relevância, por conta de meus pré- julgamentos equivocados sobre acordos menores eu sofri prejuízos quase que irreparáveis, com isso, aprendi a honrar todos os tipos de acordos que forem selados entre eu e a respectiva parte independentemente da grandeza do compromisso, agora pois, coloco todos meus acordos, pactos e missões no mesmo patamar de dedicação.
Por considerar essa minha correção de postura, quero dar destaque a um recente pacto que firmei com determinada moça, se trata de um acordo que talvez em tempos atrás não fosse conduzido com o merecido respeito, contudo, conforme dito, a minha palavra adquiriu novos poderes, por mais que esse tratado seja tratado de modo jocoso pela moça com a qual eu me propus, minha palavra buscará cumprir a força inerente a ela quando fora proferida.
Adquiri tal dívida com a mencionada moça em pleno Boulevard São João em uma das noites mais quentes do ano, estava curtindo a melhor banda cover dos quatro garotos de Liverpool, nesse mesmo ritmo classic, horas antes, eu havia mergulhado na década de setenta e ingerido grandes clássicos do lendário Fernando Mendes, contagiado pela emblemática atmosfera do vale do Anhangabaú e por algumas doses de um velho bourbon eu não pude resistir a intensa ofuscação que fui submetido no instante em que surgiu uma nobre aldeã renascentista, surgiu erigindo-me aos seus insinuantes e esverdeados olhos negros, por mais que eu tentasse me voltar ao show que era exibido, a doçura de seu sorriso combinada com um agradável tom de voz que a distância atingia meus ouvidos não permitiu que eu fizesse algo que não fosse olhar pra ela, em meio tudo isso, olhei pra mim e notei que estava ultrajado com o sagrado manto palestrino, considerei também a consistência de minha barba e me julguei digno de me aproximar dessa moça que tomara a atenção de todos que a rodeavam, nessa aproximação fui severamente castigado por sua enorme graciosidade e gentileza, diria até que perturbado com minha incapacidade de assimilar tanta simpatia concentrada em um único ser, como se não bastasse fui surpreendido com as aspirações dessa bela moça, percebi suas boas tendências e aptidões, dentre tantos atributos positivos encontrados nessa menina-moça-mulher, o que mais prendeu minha atenção foi sua condição de guitarrista e o interesse de se inserir no mundo do blues através da harmônica, quando ela se referiu a esse desejo ligado a música e a gaita blues eu serenamente levantei o meu queixo que estava caído e me pré-dispus a conduzi-la ao mundo da gaita blues, obstante a qualquer arrogância, propus a ela lhe mostrar os caminhos iniciais para se tocar gaita de modo pleno, digo portanto, que se trata de uma missão simples e prazerosa que irei conduzir com total dedicação, mais prazeroso ainda será o dia em que esta moça superar a minha condição de gaitista, nesse dia direi a mim mesmo: Missão cumprida.
quarta-feira, 13 de abril de 2011
Menina da Platéia
Eu na condição de descendente de piauienses passei minha infância ouvindo os LP's de Fernando Mendes, Fernando Mendes é uma lenda no estado do Piauí, fiquei bastante surpreso ao ver a programação da virada cultural 2011 e encontrar o nome do primeiro cantor de rock que me inspirou, as 19h no palco Arouche irei ter o privilégio de ver o cantor que moveu a trilha de meus parentes antecessores.
Menina da Platéia
Quando ele chegava pra cantar
No inicio de sua carreira
Via sempre no mesmo lugar
Sempre na mesma cadeira
Uma menina simples que sorria
Que cantava, que aplaudia
Que o animava a continuar
E quando a canção era triste
Começava a chorar
E sonhar com o amor do seu cantor
Menina da platéia
Que ama seu artista
Onde esta você agora?
Por que perder você de vista?
Menina da platéia
Que ama seu artista
Onde esta você agora?
Por que perder você de vista?
Hoje quando ele volta pra cantar
Seu sucesso coberto de fama
A platéia o aplaude a gritar
Em delírio o seu nome chama
Mas ele sente falta da menina
Que sorria, que cantava, que aplaudia que o animava
Sente a ausência tão triste
Do seu sorriso, do seu olhar
Vem que é preciso você voltar
E trazer consigo aquele beijo amigo
Outra vez
O que seria do artista se não fossem vocês?
Menina da platéia
Que ama seu artista
Onde esta você agora?
Por que perder você de vista?
Menina da platéia
Que ama seu artista
Onde esta você agora?
por que perder você de vista?
Logo abaixo segue o link pra download da canção "Menina da Platéia":
segunda-feira, 14 de março de 2011
Bola de fogo.
O Carnaval Brasileiro é tão prestigioso que até os espirituais religiosos são beneficiados com esse festejo pagão, o belo feriado de quatro dias e meio concedido pelo festival da carne permite aos mortais religiosos quatro dias e meio de descanso espiritual, eles exilam-se dos que se desgastam e gastam a carne na volúpia maratona carnavalesca, eles aproveitam esse período para fortalecer a fé, o carnaval também abre precedentes a eventos prolongados, para grandes reuniões familiares com viagens fora do período de férias.
É no carnaval que surgem grandes romances, aventuras passionais típicas do verão, nele também se adquiri novos conhecimentos através de novas amizades, carnaval é uma palavra de morfologia perfeita, possuidora de tantos significados subjetivos de ação objetiva, nesse carnaval no entanto, tive que renunciar à direção de um bloco, ansiei por esquadrinhar a alegoria do sugerido enredo, porém esse hábil tempo de quatro dias e meio não permitiu que eu curtisse o carnaval como se deve, esse tempo me levou para o cemitério das locomotivas, estive diante de esqueletos de trens ancestrais, eu estava fixado e circunvizinhado por gigantescos vagões que fitavam-me sob uma tenebrosa e intensa neblina noturna, o ferrugem dos trilhos refletiam a luz da lua acompanhada de nuvens hostis, quando enfim a cancela se abriu, aceleramos o carro com destino ao subterrâneo do cemitério, a trilha de Big Bill Broonzy dentro do carro foi interrompida pelos apitos cheio de delay que ecoavam pela morada dos falecidos trens acompanhados por centenas de árvores bem vivas e esvoaçantes, curioso foi estar no subterrâneo repleto de árvores, a verdade é que em momento algum fui tomado pelo temor, extraí a experiência prática necessária para desenvolver o roteiro do curta metragem que mostrará a execução do blues brasileiro.
Já que o carnaval 2011 se foi, logo após esse documentário começará o meu, o seu, o nosso carnaval, esse sim mostrará o verdadeiro milagre da Saturnália.
quarta-feira, 2 de março de 2011
Nós gostamos muito desse disco seu.
Enquanto eu praguejava contra o sinistro trânsito de São Paulo me lembrei da miséria do Haiti e me envergonhei da barriga cheia e do desnecessário protesto. Não posso estimar o tamanho da penúria vivida por lá, enxergamos apenas uma árvore, para que vejamos a floresta é necessário que experenciemos o fardo e a dor, o julgamento baseado apenas em teorias é impreciso, portanto um julgamento equivocado, as facas que passearam pelas peles de mártires e os açoites que respigaram em negros dorsos deram às vítimas o conhecimento da redenção, da resignação derivada da tormenta, assim, não irei me atrever em avaliar a moda desesperadora de 1973.
Os calos nas mãos e a aspereza do cabo da inchada são agonias que desconheço, então eu vou falar de passeios pelas ruas de São Paulo, por entre os carros, sob a consolação do amor na Consolação, de passeios na zona leste onde nasce o sol, do romântico caminho na marginal do rio pinheiros quando se põe o sol, veja o sol que arde aí no sertão, esse sol aqui em São Paulo não racha o chão, me lembro quando partiste, foram lágrimas diluviosas, por elas nasceu um rio, e hoje eu mando um abraço pra ti menininhha da terra do frio.
terça-feira, 22 de fevereiro de 2011
Reginho
Meninos quando crescem se tornam homens, mas houve aquele que foi homem enquanto ainda era menino.
Aos onze anos de idade o menino já era o chefe da casa, o homem menino que partia em frias manhãs buscar o sustento de seus irmãozinhos.
O pesado fardo que esta criança carregou mostrou aos seus sucessores o caminho a ser seguido, se buscarmos o que há de bom nos legatários do menino Reginaldo facilmente veremos seu reflexo reluzido, se buscarmos o que há de ruim em seus aprendizes veremos frutos provenientes de práticas contrárias aos seus ensinamentos.
So many roads, por todos os caminhos onde Reginaldo esteve ele deixou saudades, faz muita gente sorrir, sai por aí emocionar.
Quando circular o matutino vou provar que esse menino não é tão levado assim.
Quando suas namoradas da fase adolescente se opunham a ele, certamente ele dizia - “olha eu só trabalho e não é fogo de palha o pandeiro e o tamborim, amor não é por aí, você vive a brigar, vivemos na corda bamba, mas amanhã eu vou mostrar os jornais vão publicar meu novo samba” - e após isso ficava tudo certo.
O belo sábado agora vai chegar, agente vai se encontrar bem cedo, me parece que esse homem tá virando menino.
32 anos! Parabéns Rejo!
terça-feira, 15 de fevereiro de 2011
Irmandade.
Imagine Jimmy Hendrix com seu espírito guerrilheiro metralhando o sistema inimigo com sua impiedosa e sobrenatural guitarra, dividindo da mesma trincheira que o Salgadinho vocalista do grupo Katinguelê, certamente Hendrix o mataria, pois o temor e o choro de Salgadinho aborreceriam Mr. Hendrix o que levaria Salgadinho a morte, ele seria decapitado pelo afiado bend da Stratocaster de Hendrix.
Imagine agora os meninos do Menudo saltitantes em pistas noturnas enfeitados por neons luminosos liderados pelo belo Rick Martin, onde os Menudos desafiariam com briosa dança o piano do monstro Hermeto Pascoal, Hermeto no teclar de sua escala percussiva os mandaria direto para o Limbo através do poder de seu jazz teletransportador.
O londrino demônio Jimmy Page humilhou em “It Might Get Loud” o frágil e simplório parceiro de Bono Vox, Edge, mostrou aos humanos U2’s que tecnologia barata de efeito áudio visual jamais superará o talento da essencial centelha mutante.
A magia do mago Valdívia quando posta em campo humano mostra a força da gloriosa túnica verde, com isso, o sagrado manto verde se dissocia de veste humana.
Poderia acaso o consagrado acordeom de Gonzagão exprimir o mesmo sentimento do tinhoso Januário se tocado pelas lisas mãos humanas dos galãs do “universitário sertanejo” contemporâneo? Com certeza não!
Se juntarmos Adoniran e Elis teremos um samba que provém das profundezas do submundo, um samba tão tenebroso e assustador que repeliria a humanidade de jeito moleque, se unirmos Ritchie Blackmore e Ronnie James Dio teremos um poderoso arco do rock and roll, uma força dizimadora, afinal, se trata de seres de níveis equivalentes.
- Pois bem Xavier, desista de unir a feliz humanidade aos inconformados mutantes, faça como Magneto, dê a César o que é de César e a deus o que é de deus, assim portanto, abandone essa ilusão e não se misture com a gentalha, junte-se ao nosso magnetismo, Charles.
quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011
Babilônia.
- Do you like John Lee Hooker? - Apontando seu olhar pra mim -
- Yes I love him! Why do you ask me It?
- Cause you play like him!
Emudeci, cinco segundos de silêncio, minha audição fez uma busca de trezentos e sessenta graus, nessa busca minha audição pôde identificar a qualidade de todos que ali tocavam, eu definitivamente era o pior de todos, o único que não sabia tocar violão, mas eu entendi o feeling que fora expresso no momento em que toquei aqueles acordes, em virtude da minha incapacidade de tocar violão eu busquei acordes de modo particular fora do padrão “correto”, é comum aqui no Brasil em rodas de violão tocarem blues de doze compassos, quatro por quatro, naquela pegada rock blues bem amadora e clicherosa, eu como sou do delta, como tenho enraizado em meu cérebro Son House segui um padrão rítmico mississipiano, em virtude disso a gentil belga viu em mim um estilo John Lee Hooker, após essa honrosa referência senti meu ego inflando a ponto de explodir, agradeci ao elogio e me retirei da presença das moças, guardei o violão, pedi pra moça da recepção acessar uma rádio online e trilhar o som ambiente com canções do mestre Hooker, me dirigi ao bar do hotel e cultivei o recente elogio a base de altas canecas de chope gelado.
Enquanto entornava minha terceira caneca percebi que todos os aventureiros metropolitanos que partiram em busca do paraíso natural, que buscavam se desligarem da correria urbana encontraram uma centelha nesse ambiente de caráter paradisíaco, era nítido em todos presentes o prazer proveniente do repouso de espírito encontrado no éden daquele hotel, entretanto, percebi algo perigoso em tal ambiente, havia um enorme perigo por força das peculiares personalidades que compunham aquele espaço, haviam empresários madrilenos, médicos milaneses, comerciantes cariocas, engenheiros chilenos, atrizes alemãs, argentinos rippies, cinegrafistas amadores, fotógrafos profissionais, irlandeses missionários religiosos, e muitos paulistas safados detentores de altos cargos corporativistas, todos esses fugiam da mística que caracteriza uma grande metrópole, assim portanto, foi uma fuga vã por parte de todos, pois o compartilhamento coletivo das experiências profissionais de todos que ali estavam trouxe de modo indireto aquilo que eles procuravam ocultar, a troca de contato telefônico entre todos que confraternizavam era fruto de pretensões em comum entre os forasteiros, ao avaliar a diversidade de talentos, de grandiosos talentos compactados em um mesmo complexo, consegui visualizar o surgimento de um novo império, o surgimento de um novo sistema econômico regido por uma nova filosofia política desenvolvida por esse grupo de viajantes, e é aí que habita o referido perigo, afinal haviam seres extremamente talentosos suprimidos pelo bem estar do capitalismo, pela zona de conforto do bom trabalho rentável, contudo esses bem remunerados por conta dessa força capitalista indissolúvel não podiam exercer o verdadeiro potencial oculto, bastaria alguém propor uma revolução naquele meio que todos presentes encarariam o encargo revolucionário ali proposto, seria como jogar gasolina na fogueira.
Voltarei nesse ambiente sexta-feira agora e terminarei o que ficou pendente, vou botar fogo naquele lugar, vou riscar o estopim e assistir de camarote a esplendorosa explosão, após o baixar da fumaça irei ver o que acontece.
Quero ver quem ficará de pé!