segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

O mundo em um edifício.

A grande virtude do ambiente hoteleiro é poder confraternizar com a diversidade étnica mundial sem sair do lugar, é possível encontrar povos de todas as regiões do Brasil e do planeta, o que permite entender um pouco da filosofia cultural de cada nação, compreender as noções culturais de vários povos e tribos, interagir com múltiplas personalidades, desde o mais arrogante ao mais humilde, orientais e ocidentais, mulçumanos e cristãos.

Olhando para as localidades brasileiras, é percebido o contraste cultural de região para região, os nordestinos num contexto geral dispõem de um humor contagiante, são altamente amigáveis e flexíveis à situações adversas.

A população da região norte valoriza ferrenhamente as suas culturas regionais, exibem um patriotismo incomum, e se deleitam na beleza natural do nosso país.

No extremo sul do país, existe uma forte influência da cultura mercosul, principalmente da Argentina, e portanto, são os que menos demonstram o calor humano e o swing que é genuinamente brasileiro.

Falar do sudeste requer maior critério, no campo artístico o carioca se assemelha muito ao nordestino, são essencialmente dedicados a tudo que envolve a arte; mineiros e capixabas possuem um estilo bastante ameno em todos os sentidos, não gostam de exibicionismo e carregam um grande ufanismo por sua natalidade. A população interiorana do estado de São Paulo é altamente hospitaleira, talvez tão receptiva quanto os nordestinos; já a cidade de São Paulo por ser uma das maiores metrópoles do mundo, comporta todos esses povos que foram mencionados, é terra de todos, talvez por isso seja a cidade mais desenvolvida do Brasil.

domingo, 28 de dezembro de 2008

Old love

Sempre há quem olha saudoso para o passado relembrando os bons tempos, lembrando da embriaguez pitoresca, dos múltiplos ambientes inusitados, das conspirações conjuntas com as inspetoras escolares, dos calotes aplicados nos donos de cantina, do grito coletivo das mocinhas nos campeonatos de futsal, do gol perdido na semi-final, dos enquadros da polícia militar, da quebra da ética escolar movida pela complicidade entre aluno e professor, do primeiro solo de blues na harmônica e principalmente daquilo que não fora feito por determinadas insuficiências.

Hoje em dia é comum ver idosos olhando para os dias de sua juventude e dizendo: não tive neles contentamento, carregando a lamentação de não poder voltar para mudar o que fora feito, é terrível ver esses senhores e senhoras ostentarem um enorme desgosto pelos dias da vida que passaram.

Seria de suma importância a juventude em potencial reconhecer o quão valioso é o tempo, cada minuto bem empregado é de grande valor, cada minuto perdido é um grande desperdício, afinal, não se pode retomar o tempo que passou, logo, cada dia que se passa sem cultivar o próprio talento significa perder um pouco da grande identidade que poderia ser representada num futuro.

Jovens que escolherem a estrada errada para seguir nos dias de sua juventude dirão no dia de sua velhice: Não tive contentamento nos dias de minha juventude, lamento por ter me acostumado com a estrada errada que escolhi, meu filho, não siga os passos de seu pai.

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Céus e terra passarão

A estimativa de vida do brasileiro de acordo com o IBGE é de 71 anos de vida. Do primeiro ano de vida ao décimo segundo é caracterizado a fase infantil, dos 12 anos aos 17 o período da adolescência, dos 17 em diante restam mais 54 anos para atingir os 71, considerando que uma vida de saúde plena nos tempos atuais é de até no máximo 45 anos, pois dos 46 em diante surge um série de distúrbios orgânicos no corpo humano, o que revela que a fase adulta de saúde plena é de apenas 28 anos.

Esses números variam, é uma estatística relativa, porém eles tendem a diminuir de 71 para 65, o que reduz também a dedução de vida adulta de saúde plena.

O poder do tempo a cada ano se mostra mais devastador, tanto para a humanidade, quanto para o planeta, as catástrofes naturais são a cada ano mais agravantes, e a mortalidade antes da estimativa também, observando essa realidade, mostra o quão frágil é a vida humana, e que para o vento arrebatá-la basta apenas ele passar.

Um pensamento pessimista para ser concebido tão naturalmente, principalmente para os amantes da vida, reconhecer esses conceitos lhe dá a opção de dedicar essa curta vida afim de receber uma recompensa sobrenatural, um prêmio após a morte, ou simplesmente dedicar a vida aquilo que fora revelado, sem prejulgar o sobrenatural, essa segunda opção traz consequências negativas e positivas, positiva por desenvolver no sujeito a gana de preservar impetuosamente essa curta vida, aproveitando o tempo da melhor maneira, pois existe a consciência de que essa vida logo passará, e negativa por entender que logo mais não restará lembranças de tudo o que fora feito no curso dessa vida.

Maldita inspiradora

Patricia Anne Boyd nasceu em 17 de Março de 1944 na Inglaterra. Modelo, atriz e fotógrafa, Pattie é conhecida por ter sido esposa de duas grandes estrelas do rock internacional, George Harrison e Eric Clapton, além de ser inspiração para algumas das músicas mais românticas de todos os tempos. Pattie foi uma modelo de sucesso durante a década de 1960 e 70, aparecendo na capa de várias revistas de moda como a versão britânica e italiana da Vogue.


Depois de conhecer George Harrison durante as filmagens de A Hard Day's Night em 1964, Pattie se casou com George no dia 21 de Janeiro de 1966. Ela foi a inspiração para uma das músicas mais famosas de George Harrison, Something de 1969 que é a segunda música mais regravada da história atrás apenas de Yesterday.

A amizade de Eric Clapton com Harrison o aproximou de Pattie, com quem ele se apaixonou profundamente. Quando ela o recusou, Clapton escreveu a maior parte do álbum Layla and Other Assorted Love Songs de 1970, da banda The Dominos. O grande sucesso Layla foi inspirado em um poema do poeta Nizami Ganjavi chamado "The Story of Layla and Majnun". A história mexeu muito com Clapton, que alimentou seu vício por heroína e quase enlouqueceu por não poder se casar com Boyd. Pattie deixou George por Clapton, com quem se casou em 27 de Março de 1979.

Eric Clapton escreveu "Wonderful Tonight" em 1976, "Pretty Blue Eyes", "Golden Ring", "Never Make You Cry", "Pretty Girl" e inúmeras outras canções para Pattie.

Pattie em 2007 concedeu uma entrevista a um jornal britânico dizendo sentir-se honrada e privilegiada por ter sido a inspiradora de grandes clássicos do rock: "Até hoje quando eu ouço essas canções, fico extremamente arrepiada, sinto como se fosse parte de mim, do meu corpo, da minha alma, me emociono muito com essas maravilhosas canções".

Amantes da música, agradeçam também as musas inspiradoras, se hoje existem e existirão músicas fantásticas, deve-se ao poder da inspiração promovida pela mulher, elas alegram e partem o coração vulnerável, não fosse a doce solidão e o triste contentamento causados pela desgraçada musa inspiradora, certamente a realidade musical seria mais vazia.

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Virgens tropicais

A beleza tropical é a beleza que transcende a formosura física, é a beleza que atende a oculta lubricidade, um charme peculiar carregado de veneno, a peçonha proveniente dessa beleza tropical é semelhante a que é proferida pela víbora do jardim do éden (conduz ao "pecado"). O efeito desse veneno é também de essência singular, ele causa um mal-estar emocional, submetendo a vítima a uma abstinência desenfreada, depois de agonizar nessas alucinações o efeito do veneno acaba e juntamente com ele a primeira ilusão, a partir de então surge a decepção, e essa é a pior parte, pior por encontrar uma mulher em pele de menina e depois descobrir que era apenas uma mocinha desabrochando.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Imperialismo norte americano

Semanas atrás, um amigo meu enviou-me um e-mail pedindo-me que enviasse a ele uma frase falando sobre o natal, a abordagem do tema natalino seria essa: O que você faria para deixar o natal com sua cara? Essa pergunta era tema de um concurso promocional de uma determinada empresa, cujo o vencedor ganharia um lep top. No exato instante em que recebi o e-mail com esse pedido, visualizei uma série de frases envolvendo papai noel, guinomos, trenós, um verdadeiro tributo a cultura norte-americana, uma indiferença declarada a cultura brasileira, haja visto que os personagens natalinos são mais "simpáticos" e famosos que as figuras do nosso folclore, um folclore rico, repleto de tradições regionais e impactantes, contudo, vender a figura de papai noel é tão fácil quanto vender coca-cola, apreciar e respirar as cores do natal norte-americano é demasiadamente "elegante", produz um forte status, e é nesse ponto que reside o grande lamento, a desconsideração do povo brasileiro por suas raízes.

Vejam qual foi a frase que envie para o referido concurso: Natal sem sofismas, sem guinomos, sem duendes e sem papai noel, Saci me espere que eu vou já, bumba-meu-boi, meu irmão, no meu natal só tem baião , glórias ao folclore brasileiro! boitatá, curipira e até você caipora o natal já é agora!

Naturalmente, o meu amigo que solicitou-me a frase, repugnou-a incondicionalmente.
Embora, vejo que aos poucos, ao longo dos anos, o brasileiro está de modo evolutivo se desmembrando dessa lenda consumista e imperialista que é o natal desse papai noel "tricolor".

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Águas Lamacentas!

McKinley Morganfield, aquele que introduziu o Blues elétrico.
B.B.King e Buddy Guy hoje são as únicas lendas vivas do Blues, são o nomes que ilustram a vontade do mestre McKinley Morganfield (nome de batismo de Muddy Waters), de conduzir o legado do Blues por todos os cantos do mundo. O nosso lendário slow hand é um dos missionários de Mr Muddy, saibam que Muddy Waters dias antes de morrer incubiu a Eric clapton uma missão, vejam quais foram as palvaras de Clapton: "Perto do final de nosso tempo juntos, Muddy começou a me falar sério sobre levar avante o legado do Blues, chamando-me de filho adotivo, e garanti a ele que faria o meu melhor para honrar essa responsabilidade, era um encargo quase esmagador para assumir plenamente, mas levei-o ao pé da letra, e por mais que esse tipo de coisa seja jocosamente desdenhado hoje em dia, tenho absoluta certeza de que ele falou sério". Muddy Waters um verdadeiro chefe, apadrinhou grandes nomes da música mundial, não irei mencioná-los pois eles não vêm ao caso. Muddy foi a primeira grande celebridade do blues mundial, o mentor e precursor do blues elétrico, o homem que inspirou o rock and roll, o verdadeiro pai do Rock, não obstante a isso, ELE reuniu grandes nomes do Blues, esses sim convém mencionar, Willie dixon, Little Walter, Big Walter Horton, James Cotton, Junior Wells, Buddy Guy, Otis Spann, Pinetop Perkins e essa lista ainda vai longe, formando uma verdadeira big band, o feeling ímpar que reside no som de Muddy waters é concebido de modo pesado e profundo, é um Blues típico de salões esfumaçados que embaçam corpos bêbados, um blues de boteco mal iluminado, um Blues de cabarés, puteiros, casas de prostituição, um Blues que inspira moças strippers, o Blues mais depressivo e animado.
Portanto, lanço um apelo aos amantes do Blues, de levar adiante esse legado, de difundir o Blues pelo Brasil a fora, um apelo aos obstinados bluseiros em pleno país do futebol, façamos esse tributo a Muddy Waters, façamos isso pelo Blues.
Afinal, o Blues É, o resto é decorrência.

ai, que saudades da amélia

Amélia, personagem de Ataulfo Alves e Mário Lago, uma personagem clássica que pode-se considerar uma forte componente do folclore brasileiro, a mística que envolve a famosa amélia é solidificada pelas suas características cronópias, ela simboliza fielmente a mulher brasileira no período antecedente ao pró-feminismo.
A diversidade de efeitos de aprovação e desaprovação causada pela personagem Amélia, tem suas variantes, há aqueles que vêem como um modelo de mulher, com seus adjetivos subservientes, e seu atributos de submissão incondicional, ou os que vêem como um péssimo exemplo de esposa, mulher preguiçosa, conformada com suas limitações, há também a ótica que mostra uma mulher amorosa, altruísta que se compraz em servir e atender os seus queridos entes, uma mulher que se priva para satisfazer o próximo, e é esse modelo de Amélia que melhor ilustra Lúcia Correia, uma Amélia que não tem a menor vaidade e que é uma mulher de verdade!
Parabéns lucinha, pelo seu vigésimo oitavo ano!
Lúcia, nome proveniente da Luz!

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Passa Menino !

Que diabo de tanto menino! Essas pestes de crianças estão por aí, cultivando suas brincadeiras de roda, isentos do perigo maior que é saber, elas estouram o joelho, elas ralam as canelas, e no mesmo segundo já estão sorrindo e prontas para se debulharem novamente, é uma dor passageira, é uma dor que surge na hora da diversão, é o sofrimento da alegria, eles e elas, esse diabo de meninos são tão fortes que machucam apenas o físico, estão imunes a dor e ao ferimento interno, essa peste de crianças !

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

O sumo ditado do Blues

Um sábio homem disse: "O blues é apenas um bom homem sentindo-se mal por causa da mulher que ele um dia teve", um pensamento forte, poderoso e que configura bem a faceta do blues em suas minúcias. Lord of sound disse-me: A plenitude desse provérbio consiste basicamente no seu sentido literal, isso é o blues, se você ainda não teve essa glória certamente terá. É uma reflexão jocosamente desdenhada por aqueles que não têm o blues, e respeitada despoticamente e de modo prepotente por aqueles que o têm. Partindo desse pressuposto, é possível afirmar que para consolidar a essência bluseira no sujeito é necessário haver esse "batismo", sentir a gloriosa dor de ser deixado por uma mulher, mulher esta que irá inspirar suas canções, mulher que partiu o coração de um pobre vagabundo, surge portanto o reconhecimento da preeminente figura feminina, a concepção das virtudes plenas que são próprias e exclusivas da mulher. Ostento o título de bluesman por assimilar esse conceito supremo, e por ser vítima do abandono de uma mulher, entretanto, criei uma maneira de prendê-la a mim, fixei-a numa escala de blues, escala que fora inspirada por essa "maldita", afinal o blues é apenas um bom homem sentido-se mal por causa da mulher que ele um dia teve.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

SRV


Eu não saberia dizer como seria hoje se Stevie Ray Vaughan estivesse vivo.Ele no que tange ao Blues de guitarra é a soma perfeita de impetuosidade com expressionismo, ele passeia pela vertente do virtuosismo e da sensibilidade, algo inconcebível além do que eu poderia aguentar. Fatalmente o miserável morreu, assim, não dando continuidade ao seu legado e dom sem igual. Com isso eu justifico a morte dele de uma maneira bem simples: Os níveis técnicos e expressivos de Mr SRV são tão além da compreensão humana, que o seu grande erro foi querer executá-los no planeta errado, o planeta Terra não resistiu a tamanha grandiosidade e o cuspiu para fora, arrancando sua vida. Disseram, dizem e sempre dirão o seu talento era sobre-humano!