sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Maldição de Novembro


                                   
Se buscarmos nas estatísticas criminais em uma avaliação de retrospecto, provavelmente o mês de Novembro será o mês com maior índice de ocorrências, ai ai Novembro! O mês que antecede o verão, que antecede as festividades de final de ano, é exatamente em Novembro que muitos caem na reflexão do que foi construído ao longo do ano letivo, onde ocorre a computação do tesouro acumulado, dos amores mal vividos, dos ensinamentos apreendidos, quando são nomeados os campeões de torneios e competições, quando se iniciam as promessas e projetos a serem cumpridas no ano seguinte, é em Novembro que é percebido os desacertos e por extensão arrependimentos, em Novembro portanto, é preciso ter os olhos bem abertos, o perigo está por todos os lados, enquanto o cavaco arpeja, balas de vingança zunem próximo aos ouvidos dos amigos dos inimigos da liberdade condicional, engodos luzem a lua da romântica pescaria noturna, os famintos por horizonte partem rumo ao campo, horizonte que revela a egoísta concessão do amor vitimando assim o mal correspondido, a distância melhor sentida nessa época é diminuída por fotografias desgastadas, a tensa elasticidade que compõe o oxigênio novembrino incita decisões impensadas, contratos mal celebrados, renúncias precipitadas, desapegos e apegos levianos quase sempre fatais, esse saboroso mal sopra por entre os ventos de Novembro, o mês do sol vermelho e do mar azul, nessa tônica muitos se arrumam nessa confusão, muitos se perdem, é o período do perdão e da condenação, o céu de Novembro torna as palavras nele escritas reais, Ave Marias, Namiorrorenguekio's e Aleluias são entoados apelativamente, muitos se prostam com rosto em terra sedentos por milagre divino,  buscam se proteger da escuridão, de estranhos, de flores venenosas, de mestres, da raiva, da dor, buscam fugir da insânia, pois é, eis aí os elementos que configuram a magia do deleitoso Novembro.   Run way, Run way, go!


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