terça-feira, 30 de abril de 2013

Boteco, a verdadeira rede social




 Muitos empreendimentos perderam mais de 70% de suas receitas, alguns até caíram em obsolescência a partir da força difusora da Web, podemos citar a indústria cinematográfica que tem atualmente seu faturamento baseado apenas nas bilheterias das salas de cinema, a eficiência, qualidade e a facilidade ligada ao download, destruiu a indústria de mídias compactadas em discos, não haverá quem ouse nos dias de hoje investir por exemplo em uma vídeo locadora, é improvável que um músico contemporâneo sobreviva apenas com a venda de discos, esses sãos práticos exemplos daqueles que foram lesados pelo magistral benefício propiciado pela World Wide Web, podemos também considerar o grande prejuízo que escolas de idiomas, conservatórios de música, dentre tantas outras instituições de ensino técnico que outrora faturavam fortunas através do serviço que essas prestavam a peso de ouro, hoje contudo, os usuários internautas optam por uma nova alternativa mais prática e gratuita, pois esses têm disponíveis gratuitamente no You Tube, o maior site de compartilhamento de vídeos do mundo, vídeo aulas de diversos segmentos, vídeo aulas eficazes capazes de formar escultores, luthiers, mecânicos e até terroristas, desse ponto, é possível afirmar que a força da internet igualou condições aos interessados e sedentos por conhecimento.

 Podemos também louvar o grande benefício das redes sociais, elas aproximaram os hemisférios, através de suas ferramentas multimídias pôde estreitar as relações sociais, uma grande ferramenta de entretenimento e interação coletiva, eficaz em diversos sentidos, todavia, o grande vilão das redes sociais é exatamente sua qualidade, pois suas funções são tão dinâmicas que restringe o usuário ao seu uso abusivo, de modo que a obsessão causada em seus usuários os afasta da real e verdadeira relação social, criam personas virtuais incapazes de interagirem de modo humanamente palpável.

 Na tela do Facebook usuários postam belas fotografias artisticamente editadas, capazes de denotarem a beleza Intrínseca a eles, já no balcão do bar, contemplamos a profunda timidez ligada a esses mesmos usuários, timidez essa que diverge com a imponência de suas fotografias, tais fotografias demostram personagens admiráveis dignos de louvor pelo caráter demonstrado através das belas paisagens que os envolvem, já as mesas de bar contrariando o clima promovido pelas paisagens virtuais, revelam que a presença desses seres carecem de qualidades para embelezarem o agradável ambiente do botequim, por assim ser, grandes personagens das redes sociais fazem jus a condição virtual que lhes qualifica, pois na órbita do real, do palpável, onde o tato e o olfato se fazem necessário a fim de promoverem o verdadeiro prazer, esses seres virtuais certamente causarão decepção na real relação social.

 Por assim ser, a melhor maneira de escapar das fraudulentas personalidades existentes nas redes sociais, é trocar as relações virtuais pelas relações reais, trocar os teclados pela pele, trocar web-cams por lábios, trocar mouses por mãos, trocar os fones de ouvido pela música ao vivo, trocar fotografias pela profundidade do olhar, trocar o diálogo escrito pelo cheiro de mulher, trocar os games pela embriaguez, trocar a troca de arquivos pela troca de idéias “face to face”, afinal, a verdadeira essência do ser é impossível de ser transmitida através de informações documentadas nos mecanismos multimídia das redes virtuais, porém, sem desconsiderar a magia do virtual, vale dizer que a beleza de toda ficção surge de relações carnais, apenas através do abraço que é possível sentir a grandeza da menina, só através do toque que se sente a sagacidade, só através da troca de experiências que se aprende algo novo, no entretenimento coletivo surgem competições através da qual nascem ódio e altruísmo, onde é necessário ter aceitação e arrogância, se trata de muitos ingredientes que temperam novas idéias, onde dentro do clima que a verdadeira rede social produz, surgem inesperados encontros que apimentam a sensação de que tudo isso é real e que portanto, mesmo em meio a tragédia, surge a impressão de que algo bom vai acontecer.