sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

My Heart is Burning.


No período em que trabalhei com hotelaria conheci centenas de profissionais da área de saúde, isso se deu por conta do grupo Caproni, grupo que presta consultoria de marketing aplicado à área de saúde, nesse período o centro de convenções do hotel em que trabalhava era empesteado de médicos dentistas, oftalmologistas dentre outros, profissionais esses que ali estavam em curso, curso ministrado pelo grupo Caproni e alguns parceiros do ramo.

Em virtude dessa minha oportunidade de conviver com médicos doutores de todos os cantos do Brasil, levantei uma pesquisa idealizada por mim para medir o grau de comprometimento desses doutores à profissão exercida e para desmistificar a hipócrita ética ostentada por eles.

O primeiro passo foi medir a honestidade dos profissionais que cuidam de nossa saúde bucal, selecionei os principais odontologistas da capital paulista e fui aos seus consultórios fazer orçamentos para um suposto tratamento, incrivelmente, as cinco clínicas divergiram em seus diagnósticos, foram cinco diagnósticos diferentes, na primeira clínica foi identificado em minha boca algumas cáries, na segunda cárie e tártaro, na terceira necessitava apenas de uma limpeza, na carta foi sugerido até a remoção de um dente e por fim na quinta havia apenas um dente cariado, esse meu experimento em clínicas odontológicas pôs em duvida a integridade desses profissionais.

Posteriormente, fui em duas clínicas de oftalmologia, vale destacar que sou conhecido pela minha visão de águia, tenho uma visão de causar inveja até no superman, nas duas clínicas me impuseram óculos para descanso, o que também coloca em cheque a honestidade de tais médicos.

Após isso, quando estavam Dr. Roberto Caproni e Suelena Morais líderes do grupo Caproni no lobbie do hotel em harmoniosa confraternização, eu os abordei e lhes pedi a opinião acerca da postura anti ética de seus clientes, Suelena e Caproni foram breves ao dizer que isso existe em todas profissões e se recusaram a dar continuidade ao debate ali proposto.

É importante lembrar as correntes notícias que denunciam trotes violentos à calouros universitários, brincadeiras agressivas que em sua grande maioria são orquestradas por alunos que estudam medicina, pelo menos 70% dos trotes criminosos são cometidos por estudantes que cuidarão de nossa saúde no futuro.

Tendo isso em vista e alguns outros porquês que não convém mencionar aqui, tenho uma ligeira aversão por médicos em um todo, entretanto, essa semana, meu irmão caçula foi submetido a uma bateria de exames cardiológicos, eu na condição de acompanhante pude conhecer uma doutora pediátrica que fez meu coração pular uma batida, nos dias anteriores meu irmãozinho havia feito exames de raio x, eletrocardiograma e teste ergométrico, faltava apenas o eco cardiograma para que assim ele fosse liberado para a prática esportiva, no dia do exame final tive o agradável privilégio de testemunhar a doçura com a qual essa referida médica tratou meu pequeno brother, simpatia essa não encontrada nas cardiologistas anteriores, ela não só o atestou positivamente como também recomendou que ele jamais fechasse um contrato com o esporte clube Corinthians, sugeriu a ele que pense grande e busque a Sociedade Esportiva Palmeiras, em meio à sedução que essa médica nos submeteu, coube a meu irmão agradecer e fitar o futuro, eu por outro lado, ousei crucificar seus colegas de profissão, por se tratar da saúde pública é inaceitável conceber posturas antiéticas e desumanas com naturalidade, ela em convergência com minha idéia, mostrou o meio fraudulento utilizado pelas empresas de plano de saúde para ampliar seus lucros, clínicas particulares bem como redes hospitalares forjam anomalias e patologias inexistentes, explicou como isso é feito em seu segmento de cardiologia e disse que 40% das internações clínicas são desnecessárias, porém, os profissionais envolvidos tramam tais internações para atingirem uma meta de lucros provenientes dessas internações forjadas. O sistema único de saúde dispõe de estrutura extremamente inferior ao sistema privado e de profissionais de menor prestígio em relação às redes particulares, porém, práticas como as mencionadas acima são menos recorrentes no SUS, o que nos leva a afirmar que o sistema de saúde brasileiro quer seja ele público ou privado merece uma reforma revolucionária.

Enquanto essa reforma do conceito dos profissionais de saúde aqui no Brasil não ocorre, eu fico com a lembrança do meu coração palpitante diante da bela doutora Cristina de Sylos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário