sábado, 18 de dezembro de 2010

Holocausto.



Por distração meu copo de cerveja esquentou, antes que eu o bebesse meu tio o bebeu antes de mim para me privar do desprazer de ingerir aquele líquido quente, enquanto criança quando jogava futebol escolhia os piores jogadores para deixar os melhores pro meu irmão menor, Ikki de Fenix foi para ilha da rainha da morte no lugar de seu irmão caçula lhe concedendo assim a tranqüilidade da ilha de Andrômeda, tais fatos provam que o conforto, o prazer e os privilégios concedidos a entes queridos são prioritários até mesmo sobre a própria vontade, onde o sacrifício de privilegiar a pessoa querida produz enorme satisfação, em outras palavras, “é melhor presentear do que ser presenteado”.

Quando lembro de momentos de grande deleite ou quando estou experienciando algo prazeroso, imediatamente me ocorre o lamento, por exemplo, em 2005 quando eu e meu irmão estávamos no show do Buddy Guy fiquei bastante decepcionado com a ausência de muitas pessoas queridas naquele show, algo tão grandioso que me incomodava saber que eles perdiam um glorioso espetáculo, sempre que estou em alguma roda de samba de raiz de respeito sinto a falta do meu irmão mais velho, quando vejo belas exibições de futebol na ausência de meu irmão caçula, quer seja na TV, na várzea ou no estádio, fico profundamente aborrecido; de qualquer forma aquilo que é feito pra rir sempre me conduz ao introspectivo choro, pois sempre há alguém querido ausente em um momento de prazer, há casos em que são pré fabricadas situações para favorecer a presença de todos para o deleite completo, contudo, sempre há alguém que não comparece.

Suponho que esse seja um sentimento oculto em todos os seres, quer sejam eles ímpios ou gentis, sempre que surge algum evento formidável independentemente do ser, este convida alguém para se comprazerem juntos, esse alguém geralmente é a pessoa que melhor se encaixa com a situação, pessoa compatível com os porquês de quem convida, fico me imaginando no show do ACDC sem meu irmão Renato, certamente eu entraria em depressão no dia seguinte, a presença de minha mãe no show do B.B.King produziu em mim um inexplicável frenesi, tudo isso dá força a um dos mais banais clichês da história do clichês: “Diga com quem andas que lhe direi quem és”, o que significa exatamente o que esse provérbio quer dizer, andamos em torno de quem nos conduz ao prazer, por isso existe a gratificação em favorecer as pessoas que nos rodeiam, pois são essas pessoas que configuram as agradáveis situações que nos cercam.

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