quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Desejo.

Ademir da Guia a fina flor do meio campo, leve, apurado, o grande professor da posição, é belo ver a finura de Zinedine Zidane espelhada nos falsos passos-passes lentos do eterno divino.

Ademir da Guia ansiou por longos anos pela autenticação dos quatro títulos brasileiros conquistados pelo alviverde imponente, hoje ele tem seu desejo atendido.

Desejo, um tanto perigoso, vontades suprimidas que conduzem os seres vivos à tortura, animais por instinto buscam a realização de seus desejos através da força bruta, a terra espera por água, desejo quando não saciado lhe causa rachaduras, plantas quando não saciadas secam, o corpo humano fisiologicamente falando foi projetado para ter desejos, onde há vida há aspirações.

Oh my desires, convosco eu cresço, busco, aprendo.

Aquela mulher elegante poderia ser chamada de desejo propriamente dito, causadora de palpitações vasculares localizadas, ela pouco sorria, de uma agudeza incomum, do tipo que conduz os adpetos ao crescimento.

Aprendi a oferecer chá em japonês para satisfazer o desejo de me assentar com a doce menina oriental.

Evolui quando dediquei boas horas do meu dia ao compor uma canção para atender o desejo de desejá-la.

Busquei conhecimento pleno, queria realizar o desejo de estar com minha docente em tardes de domingo.


Em muitos casos o desejo quando realizado produz desapontamento, aquele campus tão cobiçado já não é tão atraente conforme fora antes de alcançá-lo, aquele cargo nobre assim que conquistado talvez não seja tão nobre como imaginado, conforme diz uma sábia tia minha, “para que haja o desgosto, primeiramente é necessário que exista o gosto”, logo assim, aquele antigo desejo se converte em repulsão, aquele ouro reluzente na verdade não é nada mais do que metal banhado que quando friccionado se revela um simples ferro em meio a tantos ferros velhos.

O desejo é inerente ao ser, ainda que antigos desejos tenham ficado para trás, logo à frente surgirão tantos outros, recomendo portanto que os atenda.

Atenda-os ou se condene ao terror.

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