segunda-feira, 11 de outubro de 2010
Riversampa
A pronúncia fechada gutural da letra “E” quando dita separadamente identificada como vogal, foi posta em cheque pela preferência da pronúncia aberta penetrante, ou seja, há quem prefira dizer letra “ê” e há quem prefira dizer letra “é”, essa foi a discussão da vez do meu reencontro com Larissa Conforto, ressaltando que essa foi a primeira vez que nosso duelo de dialetos e sotaques foram disputados em arena paulistana, há coisas que não mudam com o tempo, estamos sempre em oposição, o destino quando nos põe de frente também coloca Palmeiras e Botafogo, ironicamente dessa vez pôs Botafogo e Palmeiras, quando estamos lá, eles estão a cá, quando estamos aqui eles se vão pra lá, assim como em nossos sinistros debates, Botafogo e Palmeiras sempre empatam nesse choque entre o Paulista e a Carioca.
O desconforto de ter que correr improvisadamente para encontrar a senhorita Conforto foi compensado, valeu renunciar certos compromissos para atender o súbito chamado via scrap deixado pela mãe da forasteira que anunciava a busca de sua filha por aventura na capital paulista, valeu, valeu para matar a saudade, saudade saciada na calçada, foram quarenta minutos de intervalo entre a mensagem e o abraço do reencontro, volto a dizer que há coisas que o tempo não muda, bem como seu marcante perfume.
Restou-me assisti-la em plena ascensão, abençoada pelo tempo em valores estéticos.
Esplendorosamente, a garoa, marca registrada da terra dos arranha céus, prestigiou-nos por alguns minutos para climatizar as benditas cinco horas de harmonia entre a arte forjada em sua pele e a irada barba contrastada com a careca umedecida pelas gotas do sereno, os presentes desconhecidos ao redor, pareciam saber de quem se tratava, a todo instante éramos interrompidos por propostas que nos surgiam de todos os lados, algumas aceitas, outras recusadas, e assim retomávamos o clímax do enredo ali discutido.
Harmonioso bate-boca encerrado no táxi, Larissa Ventura rumo a turnês internacionais e Ronaldo Vinil intercedendo aos deuses do blues por bênçãos, que Eles a abençõe nessa nova maratona no norte do continente.
Até o próximo confronto
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