A artéria pulsante proclama o desejo, um desejo que jamais existiu, foi apenas um gesto de vingança infantil, brincadeiras indevidas.
Não busque a desforra através de um ser alheio aos seus desvarios, busque sim naquele que te entortou, vingue-se sim, mas não vitime o inocente em troca de satisfação vingativa, afinal no final tudo volta a ser como era, mesmo com a vingança instituída a insolência passiva é retomada e maquiada pela inexplicável obsessão mútua de ambos personagens, personagens compostos por igualdades, eles são iguais em seus vergonhosos desejos implícitos, eles gritam internamente e mostram-se incapazes de se desprenderem pela eminente compatibilidade, magoam-se desnecessariamente pois a quentura da paixão resfria-se pelos ventos novos que sopram em seus novos e curiosos semblantes, em sumo crescimento deslumbram-se e machucam petulantemente os seus verdadeiros parceiros, escondem, mas, mostram que o amor está alí revelado na tolerância dos pecados cometidos entre si, sempre se perdoando em respeito à bela infância vivida juntos, carregada de risos e configurada por desrepeito que é humanamente compreensível e naturalmente condenado, o valor de tudo isso está na liberdade arbitrária que é judicial e divinamente lícita, então para nós que estamos de fora eles nos dizem "malmequer", eles se aquecem nesse inverno e que tudo mais vá para o inferno, principalmente aquele que fora vítima dessa linda vingança urbana.
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