sexta-feira, 10 de julho de 2009

Caminhos de uma motocicleta sem setas.

O sistema está em constante variação, a incapacidade de prever declínios e contratempos futuros sugere que se tenha sempre uma carta na manga, ter um plano B, afinal, as oscilações humanas contribuem para o desandamento de planos e projetos, se há tempo hábil para retificar os erros cometidos no desenvolvimento de tais intentos, corra contra o tempo para honrar com os compromissos assumidos, considerando isso e sapiente do caótico trânsito de São Paulo uma motocicleta seria de grande utilidade por sua mobilidade e rapidez, e foi a rapidez de uma motocicleta sem setas que possibilitou que reparássemos dentro de um intervalo curto de tempo os danos causados nos atuais empreendimentos.

Por rodovias, avenidas, ruas, vielas e até mesmo em becos sem saída, encontramos destroços passionais, vimos o refugo do desconsolo, deparamos com a consolação etílica, novas faces, umas de fácil entendimento, outras de face difícil, projetamos os impasses do viver de modo ativo, a cada face visitada um encontro diferente, bons e maus, na rua da tristeza derrapamos na felicidade da feliz, na radiante avenida iluminada colidimos com a amargura da indecisa, fomos alcançados e ultrapassados pela destreza das estradeiras de plantão e assim mantivemos velocidade equivalente, nos becos éramos acuados pela obscuridade, mas o farol aceso revelava que aquela escuridão era falsa e assim prosseguíamos rumo ao alvo, assimilávamos cada caminho, cada endereço, o mapa dos algures estava anexado na mente, muitos foram os pontos de referência, no fim dessa rota houve um ligeiro ar de hipnose promovido pela arquitetura vegetariana, a flora manifesta nas paredes conduzia olhares, a ilusória hostilidade fora justificada por timidez e mesmo inadepto aos místicos ares que rondava aquele cerco, fui enganado pelo sorriso maligno, esse sorriso driblou as tropas de defesa, confundiu as sentinelas da madrugada, habilmente infiltrou-se em minha fortaleza e de modo solene aplicou o golpe de misericórdia no imponente Rei, foi um impiedoso xeque mate, esse sorriso extinguiu com o aparato do nobre rei e saiu vitorioso desse duelo desleal, no final desse "genjutsu" prossegui para o próximo endereço sangrando a face, assimilando a sujeição anterior causada pela menina das meninas.

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