quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Licença poética.

Não chega a ser um culto ao corpo e sim um enorme cuidado à sua preservação, quer queiram ou não queiram, o corpo humano é a única certeza concreta de existência, de vida, existem inúmeras teorias do pós morte, várias especulações, algumas até que coerentes, porém, a única evidência real e palpável de vida está nas dimensões concretas do planeta terra, o que fugir dessa órbita não passará de apostas, é jogar no duvidoso, é julgar o sobrenatural, como não sou especulador fico com o que me foi revelado, logo assim, tenho que me preocupar com minha saúde plena, saúde mental, trabalhar o meu bom humor, deleitar-me nos bons momentos, cultivar meu tempo de vida útil, explorar a força da minha então juventude, me comprazer com meu jato forte de urina, com minhas velozes pernas, dar uma volta ao mundo, uma não, duas ou três, ou quem sabe cinco ou seis. Por conceber essas questões, percebi que estava beirando o sedentarismo, perdendo minhas características atléticas, nesse meu despertar, decidi na manhã de ontem acordar após o canto do galo e dar início ao meu condicionamento físico, tenho um metro e setenta e sete de altura que comportam setenta e nove quilos, quilos e gramas bem distribuídos, mas longe da desejada vaidade estética, são cinco quilos de distância que perderei em poucos dias, preciso estar em plena forma para a saga de final de ano. Nessa de acordar cedo, me reencontrei com os peculiares acontecimentos matinais, o mágico vigor presente apenas em manhãs de verão embeleza lindas moças dentro de calças-leg durante caminhadas matinais, talvez essa força das manhãs tenha contribuído com o contagiante bom humor de uma bela senhora quarentona que me interrompeu durante minha corrida no parque para me dar bom dia, vale dizer que nunca ouvi um bom dia tão contagiante e verdadeiro, quase que apaixonante, tal situação favoreceu minha dedicação nesse meu propósito estético, quero chegar aos quarenta com o mesmo espírito da bela Taila, senhora com sorriso de menina, com corpo de mocinha, com sabedoria de senhora e com olhar aventureiro, até sugeri a ela que patenteasse aquele caminhar, caminhar com fulgor poético, uma obra de arte.

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