domingo, 16 de agosto de 2009

Seres divinos não pecam


Transgredir um preceito religioso dá ao transgressor um fardo chamado pecado, na conotação bíblica de fundo etimológico em seu idioma original pecar significa errar o alvo.

Crer naquilo que não se pode ver caracteriza a fé, fé é a adesão absoluta à um crença espiritual é a crença incontestável ao sobrenatural, certa metáfora bíblica classifica como bem-aventurado aqueles que acreditam em algo sem comprovação evidente, isso é a fé, algo que transpassa o empirismo humano, o injustificável, desprendido de análises científicas.

Episódios recentes alienaram-me, ensinaram-me a crer no sobre natural de modo absoluto, logo eu que sempre respeitei a essência implícita daquilo que não foi revelado, eu que não faço julgamento daquilo que foge da natureza humana, livre de intuições e apegos religiosos, o primeiro episódio que evidenciou a existência de fatos que estão fora das leis naturais foi a explosão das pupilas do Mr Tuco ao ver de sua bateria Jimmy Page revelado na Les Paul de Nivas Guerra, Tuco em seu banquinho diante de seus pratos testemunhou a aparição de um ser inexistente no plano terrestre que era concebido pela presente guitarra, os bends representavam os gritos da feliz dor do parto, eu estava lá naquele estúdio sombrio situado nos confins da margem do Cocitos e vi o nascimento do filho de Maria Raimunda, aquela criança que saiu da vibração contundente das seis cordas umbilicais impulsionou a gana eufórica de Mr Tuco, enquanto o Nivas tocava sua Maria Raimunda com acordes e trinados insinuantes, Tuco George cadenciava de modo agressivo a regência percussiva, provocando com seu bumbo plástico a sensação de frenesi absoluto no poderoso rock zeppeliano, no fim de tudo isso a calmaria baixou no compacto ambiente e comprovou a existência de fatos sobre naturais.

Outro fato sobre natural foi a mística magia noturna presente em uma mulher que é perseguida pelos invejosos inquisidores que a condenam por sustentar a suposta heresia de ser um ser dos anjos, os inquisidores em reunião no concílio objetivavam caçar essa bela bruxa, discutiam sobre os atos dessa mulher que emana divindade, apenas 2% dos presentes nessa assembléia absolveram a doce bruxa, portanto, ela foi convocada para julgamento a fim de prestar conta de seus dizeres hereges, caso ela fosse condenada teria a severa sentença de ser queimada em praça pública diante de seus seguidores e admiradores, os amantes da eminente beleza angelical iriam chorar essa perda irreparável.

No dia do julgamento, Ela compareceu no tribunal exibindo a plenitude de sua divindade, a promotora que iria conduzir as acusações à gloriosa moça estava excessivamente ansiosa e tomada por um sentimento de fúria, queria provar a todos a falsidade nos dizeres da famosa bruxa, ela iniciou as acusações tomada por um forte ódio:

- Com que autoridade e em nome de quem você proclama por todos os cantos sua suposta divindade?

A promotora iniciou o processo de acusação de modo sutil, pretendia deixar pro final os argumentos agressivos, entretanto, a autenticidade dos poderes da bruxa dos anjos calou a perseguição de todos os inquisidores presentes:

- Eu venho em meu nome, tenho a autoridade dos anjos, vocês creem na verdade e de modo silencioso desconhecem a essência do que viria ser a mentira, vocês creem na cronologia e no calendário ocidental, mas jamais se perguntaram o que é o tempo, vocês dizem que toda ação gera reação, mas não sabem o que é causa ou efeito, vocês constituem famílias, alimentam sentimentos passionais, mas jamais perguntaram o que é o amor, você nobre mulher, que me questiona e me condena pelas maravilhas dos meus dizeres não consegue ver a trave que está cravada em seu busto, você religiosa me persegue pelo bem que faço ao meu próximo e não vê o mal que te rodeia, assenta-se à roda dos escarnecedores submetendo-se a agressões físicas, vocês todos presentes nesse tribunal alimentam a hipocrisia de canalizarem suas fragilidades para seres fortes, vocês transferem a terceiros a responsabilidade de errarem o alvo, portanto minha gente eu voz digo, dentro da lei de vocês eu já estou absolvida dessa maldita sentença, pois olhem bem pra mim, vejam a beleza manifesta nessa carne que estou encarnada e saibam que os seres divinos não pecam, portanto retiro-me desse tribunal terrestre e irei de encontro aos meus.

Ela levantou-se calmamente, todos presentes ouviam calados, dissolveram-se com as palavras da doce moça, o seu poder divino paralisou os presentes, presentes esses que apenas assistiram ela saindo daquele ambiente acompanhada de si mesmo e de sua inerente glória, após sua saída todos os que presenciaram tal episódio retornaram a si maravilhados com tamanha preeminência, nesse dia vi a ação divina de um ser, não posso mais ser chamado de cético, pois vi o sobrenatural.

3 comentários:

  1. Adoro textos místicos... anjos, demônios...
    Quando falam de Bruxas lembro de Joana Darc (Nada a ver, mas pensei nela ué)...
    Às vezes é isso mesmo que acontece...o julgamento e de que vale os tribunais terrestres? Somos o que podemos ser...
    Deixo como sugestão que vc utilize sua criatividade para montar uma fábula. (Também gosto de histórinhas de crianças que os animais têm vida)


    PS: Eu também acredito no sobrenatural.

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  2. Eu acho o seguinte, ainda bem que eu não sou do tempo das bruxas, como sou bom de coração e minha família é religiosa, todos meus familiares iriam querer queimá-la, mas hoje em dia eu creio no filho de Deus Jesus Cristo, mas há um problema, naquela época a bíblia condenava o homossexualismo, mas sem querer pecar, nunca vi jesus com mulher, ele nunca mostrou interesses por elas, mas Deus me deu o dom de pensar assim, tudo é permitido por ele, por isso que as bruxas eram queimadas, por causa das pessoas acharem que elas estavam no erro.

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