Aquele estreito carrega marcas, manchas que denunciam o injusto holocausto que nos concedeu o feliz caminho hoje percorrido, houve ali a queda do tolo, do tolo absolutista ufanista da violência, violento que sacia sua imperfeição com deliberada crueldade, houve ali a ruína do inocente, do ingênuo submetido a uma causa que lhe é alheia e que portanto causadora de profunda amargura, houve também quem se regojizasse com a pintura do solo em tom escarlate, vermelhidão proveniente do sacrifício que legou o triunfo dos indignos vindouros, a eminente carnificina estimulou a arte dos partidários da morbidez, estimulo esse que impeliu-lhes ao caminho da canção pintada com rubro líquido promotor da atual bem sucedida máquina orçamentária.
Disso nasce o grito, o brado, o poderoso e irônico simbolismo corporal dos lesados e descontentes, nasce a fúria de falsos tímidos de pensamento grandioso, surge a iminência do ataque letal da usuária de véu tênue, é o fim da plenitude da alma e o começo da triste lucidez.
Assim toda a concepção da presente e ativa crueldade revela a grandiosidade da única e comprovada entidade, cujo o nome é conhecido por Natureza, insensível Natureza que de tão difusa mostra-se autêntica apenas nos sonhos, Ela movimenta-se de modo alegórico, concede livremente todos os desejos de seus componentes, impõe também o tormento em suas ilusões que por tal ação otimiza o verdadeiro caráter da arte após o despertar de sua ludibriada vítima.
Movido pelas concessões de reais experiências subconscientes, o mero membro que compõe a essência e os predicados da unidade da Natureza percebe que o sobre natural existe e se revela através de um fenômeno natural (o sonho pelo qual a Natureza se revela) e que por isso perde suas características de "super" e toma forma cognoscível.
Essa noção que comprova o sobre natural inserido no natural nos dá a liberdade de divagar, de investigar, de divagar e de permanecer a investigar o "todo", todavia, causa também em corações mansos a revelação, o efeito apocalíptico de que o refúgio está apenas na própria habilidade de distinguir o prazer da dor, o rancor do amor, a luz das trevas, pois em tal conceito o termo "certo" bem como o termo "errado" está apenas para aqueles que ainda estão sob a venda dessa enganosa Natureza.
Então meu bem, não culpe essa necessária bebida narcotizante que qualifica a sátira do sábio, pois não há mácula, há apenas desejo, muito desejo, há apenas vaidade, há muita verdade.
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