segunda-feira, 7 de junho de 2010

Visita.


Ao fazer um retrospecto dos tantos textos que publiquei neste blog e ao dissecar os diversos temas abordados de estilos fabulosos e críticos, notei que o pensamento referente à força do tempo foi o mais presente na discussão desses textos e ao perceber o uso corrente dessas alusões cronológicas entendi o porquê de tanto insistir em falar sobre os efeitos do tempo, vejam, considerando a premissa de que a concepção de morte nos dias de hoje é tratada de modo banal, iniciamos nossa reflexão sobre nossa condição de vida, a morte hoje já não é assimilada com horror, ela quando entendida como um fenômeno social visa por exemplo calcular a taxa de mortalidade, também é analisada como fenômeno biológico, investigada como crime por policiais, tais atributos mostram o quão banalizada é a concepção de morte na contemporaniedade, mas se formos pela via de que a vida se opõe a morte por a primeira ser conhecida e a segunda desconhecida e de que a transição da vida pra morte implica na conversão do existente para o nada, passaremos a buscar a compreensão do sentido da vida, uma vez que a agnosia inerente a morte nos conduz à reflexão sobre esse destino irremediável, onde a morte significa ausência de vida, a inexistência do ser, assim portanto nossa condição de vida passa a ser cultivada, pois é nela que reside o ser.

E é o tempo quem determina se haverá vida ou morte, então está justificado a razão pela qual me confronto tanto com tempo.

Talvez ela surja como o thunder thief .
Talvez ela seja súbita como a corda do violoncelo que se rompe em meio a sinfonia.
Talvez ela te engasgue num quiosque em Copacabana.
Talvez ela desabe e te soterre em meio ao temporal.
Talvez ela compareça na fila da sala de emergência.
Ou talvez Ela te visite enquanto você toma cerveja confraternizando com seus irmãos ouvindo Big Walter Horton.

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