Por volta de cinco anos atrás vesti uma capa hipermeável que me deu a compreensão da mistificação inerente à chuva, a chuva tem o poder estético de embelezar e inspirar segmentos artísticos de todas as vertentes, um fenômeno natural que ilustra o pranto da natureza em aversão a deteriorização do meio ambiente, essa precipitação atmosférica formada por gotas de água possui a beleza física glorificada em valiosas obras plásticas, ela em sua forma superlativa toma proporções tempestuosas, temida e de diversas configurações literárias, as conotações referentes à chuva carregam consigo o teor da ternura de um romance à dois e representa o terror do fim da cumplicidade de um romance, chuva inspiradora, reflexiva e é claro, ela também é dançante, um clássico do cinema.
Suponho também que a chuva seja uma boa expectadora, há quem concorde comigo que pizza e jazz não foram feitos para consumo à luz do sol, por isso imagino que durante o show de Dianne Reeves a chuva se apresentou para climatizar o jazz diurno da norte americana em São Paulo, diria até que nesse dia a chuva foi tempestivamente generosa ao nos privar do sol escaldante enquanto aguardávamos por Buddy Guy.
Nesse dia fomos banhados pelo Jazz, pelo Blues e por fim pela energia dos longos cabelos molhados da Lady Caroline, cabelos que se moviam pesados e com a leveza natural dessa que nos banhou com seu dois oceanos verdes-palestrino, portanto afirmo que a essência da chuva não é uma ilusão e minha próxima canção será uma song of rain.
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