quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Physical Air



A Central Intellingence Agency não pôde prever e assim evitar o famoso feito de 11 de setembro, a brilhante mente regida pelo terror driblou a segurança refinada com inteligência de primeiro mundo, o rapto de duas aeronaves foi o suficiente para arrebatar vidas e arrebentar um sistema, foi um feito digno de respeito, diria até que elegante, afinal, sequestrar uma aeronave em território norte americano exige muita manha e frieza, dentro da visão geral e óbvia é possível dizer que foi um feito movido pelo terror, contudo, não podemos descartar que tal ação tenha sido motivada apenas por pura vaidade do autor, movida por uma mera diversão do regente do atentado.

Crimes e atentados contra a humanidade independentemente do nível de psicopatia por parte do criminoso, são analisados unicamente pelo lado do escândalo e da maldade proveniente do agente do crime, a visão artística e criativa na elaboração do crime passa desapercebida, fossem esses crimes analisados de modo imparcial, considerando também a dificuldade em sua elaboração, a realidade criminal poderia dispor de males maiores e ganhariam mais adeptos; de tal modo, vale dizer que os tantos latrocínios não gozam de valor artístico, se o crime em sim dentro de sua essência fosse considerado alheio a valores morais, assaltantes jamais concorreriam ao Oscar, afinal, a força bruta por si só não caracteriza astúcia, pois o mérito da força bruta está apenas na aquisição de algo promovido por sua ação devastadora, seja através dos próprios punhos ou através de ferramentas de destruição, não dispõe de mérito escultural.
Desse ponto, gatunos da meia noite merecem mais respeito do que a infantaria do crime organizado, pois o sucesso de suas missões exigem manha e lisura, eles aguardam pela cruviana que entocará testemunhas, calculam a força do vento e os obstáculos arquitetônicos que ocultam as ambicionadas iguarias a serem saqueadas, gatunos violam sem violência, o silêncio é a sua principal arma.
A prática de tomar pra si, de afanar, é antiga, seja no ato de ludibriar, ou no ato de “estuprar”, seres de diversos níveis conquistam bens e glórias através do poder que lhes foi concedido, não em vão Moisés exortou em sua pedra no velho testamento acerca da cobiça e do roubo, pois ambos combinados originam males diversos, a atividade de levar pra si o que não lhe é de direito varia conforme o padrão partidário das facções infratoras, a facção governamental por exemplo tramita sob o amparo da lei, dispõe de  manobras constitucionais em busca de aquisições indevidas, corsários aterrorizam portos e legislam em alto mar com imponência mortal, hackers infiltram-se e apoderam-se virtualmente causando danos reais, até o menino que vai pra feira vender sua laranja se apodera da tangerina alheia, logo, é visto que, desde épocas remotas a prática de se apossar de bens alheios é uma prática que caiu na banalidade, pois dentre as mais variadas mentes e classes o ato de roubar é banal pela facilidade de sua execução.
Não há elegância nas formas convencionais de fraude e roubo, pois conforme mostrado, qualquer ser pode desempenhar bem tais tarefas por falta de plástica e grandeza, elegante será aquele que roubar o timbre de voz de Sonny Boy Williamson e inflamar o reino unido através de perfeita fraude, Robert Plant que o diga, usurpou o grande usurpador Rice Miller, bem aventurado será aquele que pegar no ar as perturbadoras notas emitidas pelas cordas de Hendrix e guarda-las em um pote, de fino trato é aquele que desmaterializa o abstrato, bom homem é aquele que arredonda a ponta da faca e que vaza por entre a laminada pólvora, acima de todos esses será aquele que dar corpo à paixão, nesse exemplo a mencionada paixão denota o anseio em todas suas formas, forte será  aquele que  tornar o anseio humano em matéria palpável, onde tal paixão possuiria massa e forma, a ponto de ser possível incinerá-la levando-a a completa extinção, tal fenômeno não impediria o sangue de jorrar, mas permitiria o imediato estancamento da hemorragia que tinge o chão de vermelho e o ar de invisível. Fosse tudo isso possível certamente esse ar denso que nos alimenta teria cor assim como o sangue e a seiva que corre nas veias daqueles que têm vida..

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