quinta-feira, 16 de maio de 2013

Força Arbitrária.




 É possível julgar e condenar aquele que decidiu se embriagar e dirigir e que através de tal ato, vidas foram tiradas, é possível culpar o estuprador que violentou a menor de idade impingindo à vítima uma gravidez indesejada, todavia, a culpa atribuída aos infratores é invalida de acordo com determinadas crenças, ora, se considerarmos a definição de destino e a concepção daqueles que no destino crê, toda a ação seja ela falha ou honrada é desmerecida, pois tais ações foram determinadas antecipadamente por uma força maior, prendendo assim o agente do delito ou da boa ação a algo já fadado a acontecer, no caso do estupro, antes mesmo da fundação do mundo, o Deus revelado no livro dos Gênesis já chamava essa criança fruto do estrupo pelo nome, antes mesmo que a criança se formasse no ventre de sua mãe esse Deus já sabia de sua futura existência, o mesmo vale para o pai da criança (o estuprador) que antes mesmo do seu nascimento num berço de ouro em um nobre palácio, antes mesmo da fundação do mundo, Deus já o chamava de filho, esse exemplo dado, mostra que crenças ligadas à profecias, calcadas no conceito de predestinação, livram todos os seres de suas culpas, retiram o mérito de heróis, ao passo que, os acontecimentos já estavam escritos e determinados, permitindo dizer que os acontecimentos são de responsabilidade dos autores, pois os personagens componentes desse universo escrito por uma força maior são incapazes de mudar o curso da realidade da qual eles foram forjados, logo, são imunes de culpa.

 Haverão aqueles que de modo desconexo irão justificar suas crenças na teoria do livre arbítrio,  entretanto, o Deus que concedeu aos seus subordinados o poder de decidir por si mesmo, de escolher o próprio caminho, é o mesmo Deus que sabe do futuro, que por ser onisciente sabe das tragédias, dores, felicidades e prosperidades que recairão sobre suas criaturas, seja um fim de felicidade ou de dor, esse Deus através de sua onipotência tem a ciência absoluta de tudo o que aconteceu, acontece e acontecerá, logo, o suposto livre arbítrio nunca foi concedido, nunca existiu, pois de modo incontestável, onde há predestinação não há livre arbítrio, portanto, se existe um ser superior capaz de ver o futuro, por uma questão óbvia e exata, impossibilita a capacidade de escolha, pois o que passou, o que se passa e o futuro já estão escritos.

 Cabe então decidir, crer no destino e admitir que tragédia ou glória, sejam elas presentes ou futuras, não dependem das próprias forças para que elas venham, ou cabe pensar no Acaso e saber que glória e tragédia virão, não se sabe como, e a beleza da dúvida é que faz do jogo mais interessante.

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