Em terra de arranha
céu, banners luminosos, semáforos, leds e lustres monumentais ornamentam a
iluminada cidade, em meio a essa eletrecidade há também espaço para a
obscuridade, para o lado negro da força.
Forças regem o bom
fluxo da cidade à luz da lei, por detrás das cortinas novas forças formam uma
cidade à luz da lua. Veja ali a função naquele beco, a garrafa de vinho seco
passa de mão em mão em torno de uma flamejante fogueira que aquece esta fria
segunda-feira, resta saber o que eles planejam em volta daquela sombria roda
viva.
Já aqui na fogueira
sou bem-vinda, a presença hostil dos presentes marginais pouco assusta, quem se
assustou foi a fogueira, o sinuoso fogo deu lugar a minha discreta luz, captei o oculto amor escondido nessa roda e dei
novo tom e calor pra esse obscuro debate.
Parti em retirada,
minha despedida não foi evitada, não houve ali quem ousasse por a prova minha
força e evitar minha partida, o olhar de graciosidade acalmou a tormenta dos presentes, não houve então a necessidade de usar da intimadação do olhar, o mesmo ohar que repele graciosamente é mesmo olhar que seduz de modo violento.
Nas calçadas e
vielas adiante, vil elas eram aos olhos inquisidores, no meio delas vi que a
vida fácil de fácil nada tinha, bondosas belas madalenas subordinadas da
própria coragem e necessidade.
Mais abaixo já no
coração dessa elétrica cidade encerro meu passeio, a baixa luz dos bastidores
me iluminou, esclarecida e cheia de desejo vou pra casa descansar e poupar
minha luz, me manter acesa para os dias de escuridão que iluminam essa tenebrosa cidade.