Nasce então o Baião, surge súbito, otimizado pela lamúria gonzaguista, pela euforia gonzaguiana, pela safadeza e sobretudo pela saudade, antes mesmo do samba o fluente e presente baião decide então contaminar os ouvidos dos bons meninos que viriam posteriormente desenvolver a corpulenta e difusa música popular brasileira.
Já esse Baião aqui, esse forró difuso em palavras torpes, teve primeiramente no seio de seu criador o samba como primeiro agente hipnótico, entrelaçado no coercivo samba da colina ocorre o concebimento do batuque de mentes saudáveis e da poesia de tantãs, em meio a tamanha primazia, o Blues se sobrepõe de modo elegante e aponta o caminho, por possuir estrutura vertebral mui semelhante a do Baião, eles decidem então se fundirem e se tornarem apenas um, nasce portanto o "Baião do Mississipi Blues da Barriguda", tal fusão é fruto da emergência, foi necessário que ambos unissem forças para resistir ao inédito golpe sofrido de modo inesperado, tal ataque fora desferido violentamente precisando assim de um poderoso reforço para um contra-ataque de poderio equivalente.
Esse forte que abriga cantos, encantos e sobretudo a luz que conduz ao desencanto, permanece forte e inabalável, vivo, transparece nas chamas que o cercam o resultado dos dias vividos, a fumaça nele sobreposta revela o teor das paixões, os ventos dele oriundos carregam o cheiro que notificam as bençãos e males que estão por vir.
Instaurado e intacto ao longo desses anos, receio que seja a hora de baixar as portas e convidar a adversidade responsável por sua edificação, convidá-la para adentrar e propor um acordo diplomático, criar uma nova linguagem que dê fim a essa comunicação falha, não mais gastar munições em vão e a exemplo do Blues e do Baião, unir forças para melhor enfrentar os tantos reveses e glórias que virão.
Assim, será selado o lado do bom do mal e a calmaria surgirá em meio a magnífica confusão.
Assim, será selado o lado do bom do mal e a calmaria surgirá em meio a magnífica confusão.