Suponho que os neurônios sejam as células mais ativas no
organismo animal por deterem a responsabilidade de receberem e transmitirem sensações
e estímulos do meio interno e externo ao corpo, essa variante de sensações
percebidas pelo sistema sensorial propõe ao organismo responder à essas
sensações a fim de manter o equilíbrio mantendo assim o corpo em constante
manutenção.
Os órgãos componentes do sistema sensorial duelam entre si
pra definirem qual desses causa mais irritação ou sensação de prazer ao corpo.
Comecemos pelos ouvidos, detentores do sentido da audição,
eles são capazes de submergirem o corpo a uma profunda irritação por serem
capazes de captarem as frequências sonoras provenientes dos morros cariocas, causam
uma enorme intoxicação no corpo e na mente ao receberem esses ruídos de “poesia”
obscena, recitada por vozes desafinadas de aborrecível dicção que inflamam
perdidas multidões, entretanto, esses mesmos ouvidos promotores do desconforto,
são os mesmos ouvidos que lhe tranquilizam no momento da adversidade, que lhe
trazem o tênue solo de Ritchie Blackmore, o necessário shuffle da harmônica de
Little Walter, ouvidos que lhe desintoxicam ao captarem o sutil ruído do leve sopro
da loira de natureza bucólica.
Considere agora o
nariz, órgão detentor do sentido do olfato, recebe e regula as substâncias voláteis,
elementos químicos que se vaporizam para a forma gasosa, que podem causar
grande mal através da intoxicação, não obstante aos odores, contudo, graças ao
olfato, é possível se contaminar com o agradável cheiro dos dourados cabelos da
menina em movimento, é possível se deleitar com o confortante aroma transmitido
pela bela pele enrubescida após o longo abraço do reencontro.
O paladar é o sentido da língua, através das papilas
gustativas a língua percebe os sabores, a língua é o grande carrasco da
criançada ao lhes mostrar o amargor na hora de ingerir medicamentos, maltrata turistas que subestimam
o tempero picante do acarajé baiano, porém, é a língua que estimula o prazer
durante a ingestão de um saboroso salmão ao forno, que traduz o peculiar sabor
da língua cor de rosa da menina de lábios rosados.
A pele é o órgão
guardião protetor do corpo, ela impede a passagem de micro-organismos, substâncias químicas e agentes
físicos nocivos para o interior do organismo bem como regula a temperatura
interna, também é a responsável pelo sentido do tato, o tato capta informações
dos corpos físicos, desde textura, grau de rigidez e temperatura, com isso, é o
órgão que mais capta sensações dolorosas, é castigado por altas e baixas
temperaturas e agressões físicas sofridas pelo corpo, no entanto, é a pele que
possibilita o prazer de sentir a maciez e o calor da menina de leve coloração.
Por fim, a visão, que se manifesta através do olhos, olhos que
identificam as formas e as cores de tudo o que é concreto, talvez os olhos
sejam os receptores sensoriais que menos causam danos ao corpo, pois no
instante da contemplação de uma imagem aborrecível, basta fechar ou desviar os
olhos que o incomodo é cessado, bendito seja o dom da visão, ora, os olhos mostram a sinuosidade do corpo da moça
harmonizado com os elementos que compõem a natureza revelados pela luz, através dos olhos nasce o desejo pelo que é revelado em perfeita imagem, o desejo de se comprazer
com o que é visto em perturbadora contemplação.
Ao considerar a função de cada sentido, audição, paladar,
olfato, tato e visão, percebemos que eles desempenham papéis de deleite, bem
como de tortura, notamos a proximidade que existe entre o prazer e a dor,
portanto surge a questão: Qual é o tamanho de sua dor? Qual é o tamanho do seu
prazer?
A resposta para tais perguntas são extremamente difusas por sabermos
que dor e prazer são possíveis também sem a ação dos cinco sentidos do corpo
humano, notamos então um agente do prazer mais poderoso que os cinco sentidos, talvez seja por isso que a dor física dói e a não física destrói, na mesma tônica
o prazer físico compraz e o não físico traz paz.
Então pobres mortais, sugiro um brinde a todo o prazer do mundo! Amém!